sábado, 16 de abril de 2011
Expocosmética
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Livro de Cabeceira XV
"Estes indígenas não se sentem minimamente envergonhados por andarem nus. Quer os homens, quer as mulheres estão habituados a conviver com a simplicidade primitiva da natureza. A sua nudez não é uma questão de ignorância, mas uma opção racional. Têm um preconceito fortíssimo contra a utilização de roupa, que consideram incitar à imoralidade, nenhuma mulher da tribo pode vestir-se , por mais exígua que seja a peça, sem manchar a sua reputação".
"A Minha Viagem por África", Winston S. Churchill
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Livro de Cabeceira XIV
"Pouco a pouco esta certeza ergue-se, petrificou-se na minha alma, e como uma coluna num descampado dominou toda a minha vida interior: de sorte que, por mais desviado caminho que tomassem, os meus pensamentos viam sempre negrejar no horizonte aquela memória acusadora; por mais alto que se levantasse o voo das minhas imaginações, elas terminavam por ir fatalmente ferir as asas nesse monumento de miséria moral."
"O Mandarim", Eça de Queirós
domingo, 3 de outubro de 2010
Livro de Cabeceira XIII
"Tudo é o que somos, e tudo será, para os que nos seguirem na diversidade do tempo, conforme nós intensamente o houvermos imaginado, isto é, o houvermos, com a imaginação metida no corpo, verdadeiramente sido. Não creio que a história seja mais, em seu grande panorama desbotado, que um decurso de interpretações, um consenso confuso de testemunhas distraídos."
Nunca fez tanto sentido... "Livro do Desassossego", Fernando Pessoa
domingo, 5 de setembro de 2010
Livro de Cabeceira XII
"Não se atreveu a virar a cabeça porque estava sentada entre o pai e a tia, e teve de soerguer-se para que eles não se apercebessem da sua perturbação. Mas no meio da desordem da saída, sentiu-o tão próximo, tão nítido naquela confusão, que uma força irresistível a obrigou a olhar por cima do ombro ao sair do templo pela nave central e então viu, a dois palmos dos seus olhos, os outros olhos de gelo, o rosto pálido, os lábios petrificados pelo susto do amor."
"O Amor em Tempos de Cólera", Gabriel Garcia Márquez
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Livro de Cabeceira XI
"... Vejam só... é assim que as coisas muitas vezes acontecem. O melhor desaparece, porque a roda do tempo se lhe opõe. E esta faz rolar tudo por aí abaixo. É o caso dos nossos clássicos, que, sem dó nem piedade, deitaram abaixo tudo o que se lhes opunha. Inconscientemente. Acho que não. Os nossos clássicos eram pessoas honestas. Schubert era incapaz de fazer mal a uma mosca e Mozart era às vezes um bocado agreste, mas, por outro lado, uma pessoa de rara sensibilidade e incapaz de qualquer violência. Beethoven quebrou, por exemplo, diversos pianos. Mas nunca um contrabaixo, justiça lhe seja feita. Aliás, ele nunca tocou nenhum contrabaixo."
"O Contrabaixo", Patrick Süskind
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Livro de Cabeceira X
"Atirou a colher para o lado e tentou correr como podia com o invencível peso da sua idade, aos gritos como uma louca sem saber ainda o que é que se passava sob os ramos da mangueira, e o coração partiu-se-lhe ao ver o seu homem estendido ao comprido na lama, já morto em vida, mas resistindo ainda um último minuto ao golpe final da morte para dar-lhe tempo a chegar. Chegou a reconhecê-a no meio da confusão, através das lágrimas da dor única de morrer sem ela, olhou-a pela última vez para todo o sempre, com os olhos mais luminosos, mais tristes e mais agradecidos que ela jamais lhe vira em meio século de vida em comum, conseguindo dizer-lhe com o último suspiro:
-Só Deus sabe quanto te amei."
"O Amor em Tempos de Cólera", Gabriel Garcia Márquez
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