terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O Oxigénio foi substituído por ondas Wi-Fi

Numa época em que a tecnologia está cada vez mais desenvolvida e a rede Wireless começou a ser parte constituinte do ar, ninguém faz nada para combater o isolamento pessoal. Fala-se em comunidades virtuais, mas a verdadeira comunicação é escassa.

Nas Jornadas Obciber de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, António Granado, professor da Universidade Nova de Lisboa, alertou para a necessidade dos jovens estudantes de jornalismo se inteirarem e participarem nas novas comunidades virtuais. O Twitter e o Facebook realmente podem ser importantes a nível comunicacional, porém são muito mal aproveitados pelos seus utilizadores.

A grande maioria dos meios de comunicação online limita-se a colar os títulos das suas notícias nas suas publicações no Facebook e no Twitter. É o mal menor... O maior atentado à utilização de redes sociais é o facto dos seus utilizadores colocarem informações realmente irrisórias e sem qualquer cabimento. Surgem várias vezes postagens no Twitter do género: “Vou tomar banho, já volto!”. Esta informação em nada enriquece os utilizadores da comunidade, ficando apenas a saber que aquela pessoa cumpre os hábitos normais de higiene de um ser humano.É esta a comunicação do futuro?

António Granado referiu o facto dos custos da Internet via telemóvel serem ainda bastante elevados em Portugal relativamente à média Europeia. Diariamente vão sendo criados novos objectos que possibilitam o acesso à Internet, sobretudo à rede wireless. Um acesso exagerado. As pessoas respiram e vivem da Internet, consumindo drasticamente o mundo virtual. O Oxigénio foi substituído por ondas Wi-Fi e as relações sociais acabam por ser cada vez mais raras. O falar cara-a-cara é cada vez mais um mito urbano e as comunidades sociais em nada ajudam para combater este problema. Se há algo a dizer, publica-se no Twitter ou no Face, como já é apelidado. Amizades, relacionamentos e namoros à distância empobrecem as relações sociais.

O “ter um blog” está tanto na moda que correm rios de informação a todos os milésimos de segundos. Alguns valorizam este facto, outros alertam para os seus perigos. Granado, editor do Público.pt, apenas referiu o facto de haver um grande volume de informação disponível na Internet, porém esqueceu-se de referir o mais importante: que uma amostra significativa dela não é verdadeira. Este sim, é um problema da Internet. O ciberleitor tem que estar constantemente alerta pois pode estar a ler a maior mentira da sua vida e não o sabe. No final, quando é procurado o autor da falsa informação este nunca chega a ser encontrado.

O estado actual da Internet pode, assim, ser comparado com uma montanha. Existe uma enorme quantidade de elementos quando olhamos para ela, porém só podemos saber o que está por detrás disso quando analisamos esses elementos com um olhar atento e desconfiado.

Mariana Catarino

2º ano, Turma 4

Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

TEJ Imprensa

Dezembro de 2009


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