sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Livro de Cabeceira XV

"Estes indígenas não se sentem minimamente envergonhados por andarem nus. Quer os homens, quer as mulheres estão habituados a conviver com a simplicidade primitiva da natureza. A sua nudez não é uma questão de ignorância, mas uma opção racional. Têm um preconceito fortíssimo contra a utilização de roupa, que consideram incitar à imoralidade, nenhuma mulher da tribo pode vestir-se , por mais exígua que seja a peça, sem manchar a sua reputação".

"A Minha Viagem por África", Winston S. Churchill

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Livro de Cabeceira XIV

"Pouco a pouco esta certeza ergue-se, petrificou-se na minha alma, e como uma coluna num descampado dominou toda a minha vida interior: de sorte que, por mais desviado caminho que tomassem, os meus pensamentos viam sempre negrejar no horizonte aquela memória acusadora; por mais alto que se levantasse o voo das minhas imaginações, elas terminavam por ir fatalmente ferir as asas nesse monumento de miséria moral."

"O Mandarim", Eça de Queirós

domingo, 3 de outubro de 2010

Livro de Cabeceira XIII

"Tudo é o que somos, e tudo será, para os que nos seguirem na diversidade do tempo, conforme nós intensamente o houvermos imaginado, isto é, o houvermos, com a imaginação metida no corpo, verdadeiramente sido. Não creio que a história seja mais, em seu grande panorama desbotado, que um decurso de interpretações, um consenso confuso de testemunhas distraídos."

Nunca fez tanto sentido... "Livro do Desassossego", Fernando Pessoa

domingo, 5 de setembro de 2010

Livro de Cabeceira XII

"Não se atreveu a virar a cabeça porque estava sentada entre o pai e a tia, e teve de soerguer-se para que eles não se apercebessem da sua perturbação. Mas no meio da desordem da saída, sentiu-o tão próximo, tão nítido naquela confusão, que uma força irresistível a obrigou a olhar por cima do ombro ao sair do templo pela nave central e então viu, a dois palmos dos seus olhos, os outros olhos de gelo, o rosto pálido, os lábios petrificados pelo susto do amor."

"O Amor em Tempos de Cólera", Gabriel Garcia Márquez

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Livro de Cabeceira XI

"... Vejam só... é assim que as coisas muitas vezes acontecem. O melhor desaparece, porque a roda do tempo se lhe opõe. E esta faz rolar tudo por aí abaixo. É o caso dos nossos clássicos, que, sem dó nem piedade, deitaram abaixo tudo o que se lhes opunha. Inconscientemente. Acho que não. Os nossos clássicos eram pessoas honestas. Schubert era incapaz de fazer mal a uma mosca e Mozart era às vezes um bocado agreste, mas, por outro lado, uma pessoa de rara sensibilidade e incapaz de qualquer violência. Beethoven quebrou, por exemplo, diversos pianos. Mas nunca um contrabaixo, justiça lhe seja feita. Aliás, ele nunca tocou nenhum contrabaixo."

"O Contrabaixo", Patrick Süskind

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Livro de Cabeceira X

"Atirou a colher para o lado e tentou correr como podia com o invencível peso da sua idade, aos gritos como uma louca sem saber ainda o que é que se passava sob os ramos da mangueira, e o coração partiu-se-lhe ao ver o seu homem estendido ao comprido na lama, já morto em vida, mas resistindo ainda um último minuto ao golpe final da morte para dar-lhe tempo a chegar. Chegou a reconhecê-a no meio da confusão, através das lágrimas da dor única de morrer sem ela, olhou-a pela última vez para todo o sempre, com os olhos mais luminosos, mais tristes e mais agradecidos que ela jamais lhe vira em meio século de vida em comum, conseguindo dizer-lhe com o último suspiro:
-Só Deus sabe quanto te amei."

"O Amor em Tempos de Cólera", Gabriel Garcia Márquez

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Eternizado...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cada um à sua maneira


Porto de Pescas, Póvoa de Varzim

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Livro de Cabeceira IX

Almas...

"- O que elas memorizam?
-A viagem que fazem pelo Universo! A luz que absorvem! O genoma da vida! É a mensagem que elas veiculam, desde o infinitamente pequeno até ao infinitamente grande, que todas sonham atingir. Nós vivemos num planeta ao qual poucos de nós deram a volta no decurso da sua vida, e só um pequeno número de almas conseguiu atingir um objectivo da sua imagem: percorrer o círculo completo da criação. As almas são ondas eléctricas. Elas são compostas por milhares de milhões de partículas, como tudo o que faz parte do nosso Universo. É por isso que necessita de um corpo terrestre, ela investe-o, regenera-se nele e prossegue o seu trajecto na dimensão do tempo. Quando o corpo já não contém energia suficiente, a alama abandona-o e procura uma nova fonte de vida que a acolheá a fim de continuar o seu périplo.
- E quanto tempo procura ela?
- Um dia, um século? Isso depende da sua força, da quantidade de energia que regenerou no decorrer de uma vida."

"A Póxima Vez", Marc Levy

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Malaguetas

Jantar num ambiente rústico e muito acolhedor. As malaguetas penduradas no tecto tinham a sua piada.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

S. João



Porque sabe sempre bem passar este dia. Sentir o cheirinho a sardinha e churrasco, sentir o sabor picante do pimento na língua, lançar balões de S. João e dar umas marteladas.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Livro de Cabeceira VIII

"You see, in this sad France, there were not only some great concierges and landladies, but also generous mothers, splendd travellers, anonymous people who resisted in their own way, anonymous people who refused to do as their neighbours did, anonymous people who broke the rules because they were shameful."

Marc Levy, The Children of Freedom

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Livro de Cabeceira VII

"Achas que és a única que se sente desesperada quando o mundo se desmorona em teu redor? Que tem vontade de puxar os lençóis para cobrir a cabeça, em vez de enfrentar o dia de amanhã?"

Nora Roberts,Um sonho de amor

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Future can be bad, but we have the other side of the coin!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Livro de Cabeceira VI



"-Sabes? Há um mito antigo em que o amor de um casal de apaixonados consegue mover a terra. É de um rapaz e uma rapariga que gostam imenso um do outro, mas acontece alguma coisa, não sei bem o quê, e têm de se separar. Acho que o pai e os irmãos dela se metem entre eles.
- E o que aconteceu depois?
- Separam-nos e levam-no para uma ilha a que é impossível chegar, mesmo de barco. Mas o amor dele é muito forte, de tal maneira que a ilha, que está a muitíssimos quilómetros do continente, começa a aproximar-se desde até que, no fim, fica colada a ele. O amor deles os dois fez com que a ilha se movesse.
(...)
-Na antiguidade as pessoas acreditavam que o poder de uma pessoa que pensa noutra é incrivelmente forte, não te parece? - continuei. - Tão forte que consegue mover uma ilha. De certeza que houve um tempo em que as pessoas consideravam essa força como algo normal ou em que até elas mesmas a sentiam. Mas chegou a altura em que o homem deixou de usar esta força que tinha no seu interior."

Um Grito de Amor desde o Centro do Mundo, Kyoichi Katayama

domingo, 28 de março de 2010

Jornalices!

Uma crónica tem que ser como a saia de uma mulher: suficientemente curta para chamar à atenção e suficientemente comprida para tapar todo o tema.

sábado, 27 de março de 2010

Cortinas abrem-se para o "Primeira Fila"

Um título tão populuxo remete-nos a pensar que vem aí uma pirosada ao estilo do jornalismo tviziano.
O Primeira Fila é um projecto inovador de alunas de Jornalismo da UP. Jovens interessadas pela cultura e pelo mundo do espectáculo decidiram aproveitar o seu interesse para exercer a sua verdadeira paixão: o jornalismo. A Marília, como futura profissional de multimedia, aproveita o projecto para treinar o soundboot, o audition, os gravadores, os microfones e a escrita. =)
O Primeira Fila é constituído por um blog que inclui textos diários acerca de eventos culturais do Grande Porto e por um programa de rádio quinzenal. O programa radiofónico do Primeira Fila é exibido no Jornalismo Porto Rádio, sendo actualizado de quinze em quinze dias.
O primeiro programa do Primeira Fila já saiu! E o blog já conta com 14 publicações. Vê aqui o primeiro programa do Primeira Fila dedica ao Dia Mundial do Teatro.

Desfruta! *)

domingo, 21 de março de 2010

"Não acho que o ser humano seja pacífico. Penso que não evolui desde a idade da pedra e que o verniz social que nos protege da selvajaria é inquietantemente ténue, está sempre prestes a estalar. Ponha quatro pessoas dentro de um elevador que se avaria de repente e elas ficam doidas. Basta haver pânico e toda a gente se espezinha. Observe crianças a brincar na areia: não têm alternativa, batem umas nas outras para ficarem com um objecto na mão."

Yasmina Reza

sábado, 13 de março de 2010

De cinto para garrote!

"É falso que o Programa de Estabilidade e Crescimento obrigue uma parte significativa dos portugueses a apertar o cinto. E é falso sobretudo na medida em que aquilo que os portugueses têm à cintura já não é um cinto há algum tempo: é um garrote. O que vai ser preciso apertar agora é o garrote."

Ricardo Araújo Pereira in Visão

sábado, 6 de março de 2010

"A qualidade da pessoa importa-me mais do que a qualidade das suas ideias ou opiniões."

Edgar Morin, Os meus demónios

segunda-feira, 1 de março de 2010

Livro de Cabeceira V

"Abrimos o tempo, uma fechada muralha. Atravessamos uma clareira. O que é, é muitas vezes um fantasma, uma falha na imagem. Oscilamos sobre uma corda de tempo e avançamos sem olhar para baixo, o intervalo mínimo, o instante que foi agora. Quando não, caímos ou endoidecemos.

Foi tarde que descobri a crueldade. É uma forma de equilibrar a vida. Eu acreditei em coisas fabulosas. Que a humanidade era possível."

Pedro Paixão in Saudades de Nova Iorque

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Grandes cirurgiões não são feitos.
Eles nascem.
Demora a gestação, incubação, sacrifício, muito sacrifício.
Mas depois de lavar todo o sangue, as tripas, e as coisas nojentas, o cirurgião que você se torna faz tudo valer a pena.

Grey's Anatomy

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Livro de Cabeceira IV

"Desde então comecei a medir a vida não por anos mas por décadas. A dos cinquenta tinha sido decisiva porque tomei consciência de que quase toda a gente era mais nova do que eu. A dos sessenta foi a mais intensa pela suspeita de que já não tinha tempo para me equivocar. A dos setenta foi terrível por uma certa possibilidade de que fosse a última. Não obstante, quando acordei vivo na primeira manhã dos meus noventa anos na cama feliz de Delgadina, atravessou-me a ideia complacente de que a vida não fosse algo que corre como o rio revolto de Heraclito, mas sim uma ocasião única de dar a volta na grelha e continuar a assar do outro lado durante mais noventa anos."

Memórias das Minhas Putas Tristes, Gabriel García Márquez

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Livro de Cabeceira III

" está alguém a bater à porta
e alguém a bater à porta, não no sonho, na porta, a levantar-se,
sem saber se no sonho, e na porta, não
pai, pai, tens medo do fogo-de-artifício?,
pai, é o Joaquim, o seu neto."

in Guardador de Almas, Rui Vieira

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Primeira experiência no JPN

Sábado
Rua Miguel Bombarda
Arte contemporânea
Pintura
Escultura
Fotografia
Vídeo
Aúdio

Vejam a reportagem aqui

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Na escola em 1969 e em 2009



terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O Oxigénio foi substituído por ondas Wi-Fi

Numa época em que a tecnologia está cada vez mais desenvolvida e a rede Wireless começou a ser parte constituinte do ar, ninguém faz nada para combater o isolamento pessoal. Fala-se em comunidades virtuais, mas a verdadeira comunicação é escassa.

Nas Jornadas Obciber de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, António Granado, professor da Universidade Nova de Lisboa, alertou para a necessidade dos jovens estudantes de jornalismo se inteirarem e participarem nas novas comunidades virtuais. O Twitter e o Facebook realmente podem ser importantes a nível comunicacional, porém são muito mal aproveitados pelos seus utilizadores.

A grande maioria dos meios de comunicação online limita-se a colar os títulos das suas notícias nas suas publicações no Facebook e no Twitter. É o mal menor... O maior atentado à utilização de redes sociais é o facto dos seus utilizadores colocarem informações realmente irrisórias e sem qualquer cabimento. Surgem várias vezes postagens no Twitter do género: “Vou tomar banho, já volto!”. Esta informação em nada enriquece os utilizadores da comunidade, ficando apenas a saber que aquela pessoa cumpre os hábitos normais de higiene de um ser humano.É esta a comunicação do futuro?

António Granado referiu o facto dos custos da Internet via telemóvel serem ainda bastante elevados em Portugal relativamente à média Europeia. Diariamente vão sendo criados novos objectos que possibilitam o acesso à Internet, sobretudo à rede wireless. Um acesso exagerado. As pessoas respiram e vivem da Internet, consumindo drasticamente o mundo virtual. O Oxigénio foi substituído por ondas Wi-Fi e as relações sociais acabam por ser cada vez mais raras. O falar cara-a-cara é cada vez mais um mito urbano e as comunidades sociais em nada ajudam para combater este problema. Se há algo a dizer, publica-se no Twitter ou no Face, como já é apelidado. Amizades, relacionamentos e namoros à distância empobrecem as relações sociais.

O “ter um blog” está tanto na moda que correm rios de informação a todos os milésimos de segundos. Alguns valorizam este facto, outros alertam para os seus perigos. Granado, editor do Público.pt, apenas referiu o facto de haver um grande volume de informação disponível na Internet, porém esqueceu-se de referir o mais importante: que uma amostra significativa dela não é verdadeira. Este sim, é um problema da Internet. O ciberleitor tem que estar constantemente alerta pois pode estar a ler a maior mentira da sua vida e não o sabe. No final, quando é procurado o autor da falsa informação este nunca chega a ser encontrado.

O estado actual da Internet pode, assim, ser comparado com uma montanha. Existe uma enorme quantidade de elementos quando olhamos para ela, porém só podemos saber o que está por detrás disso quando analisamos esses elementos com um olhar atento e desconfiado.

Mariana Catarino

2º ano, Turma 4

Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

TEJ Imprensa

Dezembro de 2009